segunda-feira, 5 de julho de 2010

Caixa misteriosa gera polêmica

Por Guilherme Peace, da reportagem Mogi News
Foto: Guilherme Berti

Alguns pensaram ser uma bomba. Outros se sentiram ofendidos. Teve gente que até gostou da ideia. O fato é que a caixa de papelão colocada em uma esquina da praça Antônio Ferri, em frente à mesquita, no Alto do Ipiranga, tem causado polêmica e curiosidade por quem passa ou vive no bairro. Todo o alarde acontece porque uma folha de papel, anexada à caixa, traz ofensas às pessoas que levam seus cachorros para fazer suas necessidades no local. Como ninguém sabe quem é o autor da peça, muitos têm medo de se aproximar. E o mistério aumenta quando se percebe que a caixa está lacrada por fita adesiva e é pesada o bastante para se manter no local.

A arquiteta Sandra Nakanishi, de 31 anos, que aproveita as manhãs livres para passear com o seu bebê pela praça, percebeu, em uma de suas caminhadas, a caixa deixada próxima ao poste de energia. "Aproximei-me, li e fui obrigada a concordar".

Os dizeres, "Local apropriado para burros e ignorantes jogarem as fezes de seus cachorros", escritos em um papel colado à caixa de papelão, expressam o que Sandra acha sobre o assunto. "Muita gente traz seus cães para evacuar por aqui e não recolhe as fezes. Eu mesma já tive a infelicidade de atropelar uma destas ´bombas´ com o carrinho de meu filho". A arquiteta explicou que o problema, além da falta de educação dos donos de animais, é a falta de lixeiras no local. "Havia um cesto, mas ele foi quebrado recentemente".

Para outros, a caixa é uma ofensa, tratando-se de rixa da vizinhança, macumba ou até bomba. Uma mulher que não quis se identificar, por medo de represálias, afirmou que ofender os moradores é uma falta de respeito. "Aposto que foi para atacar certa senhora que leva seu poodle gordo para se esvaziar na grama da praça".

Outra moradora foi enfática: "É macumba. Certeza que é macumba". Um transeunte mais brincalhão comentou: "Em frente à mesquita... tomara que não seja bomba!". No entanto, a caixa continua na praça e seu autor permanece no anonimato. Dentro, algumas pedras mantêm o peso para que o vento não carregue a polêmica manifestação em papelão.